quinta-feira, 20 de junho de 2013

But we're running through the fire,
when there's nothing left to save.
It's like chasing the very last train,
when we both know it's too late.


"Faça de tudo, tudo! Mas, sob hipótese alguma, não permita-me morrer."

Essa foi a última vez que ouvi sua voz, e, não me lembro do timbre, ou da entonação em cada palavra. Lembro-me do desespero nos olhos, e o medo, bem no fundo deles. Lembro-me da água salgada embaixo dos olhos que custava a rolar pelo rosto. Lembro de como segurou minhas mãos,enquanto olhava diretamente para dentro de mim. Ah, eu odiava quando você fazia isso, sabia? Parecia me ver inteiro, por dentro, e por fora. E parecia que não existia nada que eu pudesse esconder desse seu olhar tão invasivo. Sabe, quando como você entrava em mim sem pedir licença.
Odiava ouvir sua hesitação, odiava ver como conseguia pensar antes de falar. Enquanto eu, não tinha controle algum sobre as baboseiras que dizia, o tempo todo. Sem freios, como uma criança brincando com esses objetos cortantes e letais.
Odiava sentir a sua respiração profunda, milésimos antes de decidir que não ia me contar algo. Aqueles milésimos pareciam mais com anos, anos que eu sabia exatamente como iam acabar. Com você, sempre deixando algo por dizer.
Odiava mais ainda, cada dia mais, entregar meu corpo pra você, e mais que isso, minha alma. Todo o meu ser, em toda sua essência, em 5 segundos, do começo ao fim.
Odiava sua fascinação por mim, ou pelo o que eu representava para você. Odiava o fato de você não estar ocupando o mesmo lugar, nos meus pensamentos. E o pior, era saber que você estava em um lugar, que nem mesmo eu posso conhecer. Eu odeio não ter te conhecido antes.
Odeio ter nos intoxicado com tudo isso, odeio te ver assim.
Odeio ver o nome dela cravado nos meus ossos, fazendo com que eles se quebrem cada vez mais. Cada vez que eu ouse pensar em você. Odeio imaginar como o seu nome, a partir de hoje, vai ser letal.
Odeio estar desistindo da minha promessa, odeio estar permitindo à você, morrer. E estar me levando com você.
Odeio 2010 e 2011, por sua causa. Por não ter sido o seu nome escrito, e clamado em tantos dos meus textos e fantasias. Dentro do quarto, e dentro de mim.
E não ter sido diferente.
Odeio cada palavra desse texto, a forma como ele vai se tornar um daqueles de 2011, no ano errado. Odeio saber que esse vai ser o pior de todos. Talvez o único que atualmente não seja vazio, comparado aos daquela época.
Odeio pensar em você desse jeito, e odeio a nossa música tocando sem parar, mesmo sem ter nada tocando lá fora.
Odeio ver como esse texto começou, e agora, como vai terminar.
E sabe, eu ainda não consigo te odiar, nenhum pouco.

Odeio, com cada parte do meu ser, saber que essa noite,
o sangue será meu.
E o nome ecoando dentro dessas paredes,
será o seu.

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