sábado, 8 de dezembro de 2012

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Falta um pouco de coração nisso tudo.
Falta um pouco de coração em mim.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

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Agora são 06:32 da manhã de um feriado, acho que não sei mais o que são meus horários.

Ou boas noites de sono.

Alexithymia;

"Os sonhos estão ficando piores." disse enquanto abria os olhos, estava cansada, e não sabia se estava realmente acordada.

- Você ainda não pode controlá-los, não é?

Era ele. Aquele que a mantinha em cativeiro, num quarto escuro. Sem luz, sem vida. Sem nada. Ela estava lá havia algum tempo, e havia se acostumado a sonhar dentro daquele sonho. Parecia loucura, mas aquele, era o seu novo lar.

- Eu tento, mas, não consigo. Controlá-los seria algo parecido com... perder alguma coisa. Ou abrir mão de algo, não sei explicar, eu sempre me perco no caminho...
- Você não acha que já perdeu tudo? Ou melhor, não acha que já veio para cá sem nada?

Nada.

 Aquilo doía. Ela não aguentava pensar na possibilidade de estar vazia. Não tinha nada. E o que pensava ter, passava longe de ser algo bom.

- E o que você ganha me mantendo aqui? Acha que vai muito longe? Uma hora... você sabe... eu vou acordar.
- Eu não ganho nada, você sabe disso. Na verdade ganho a sua companhia, e sendo sincero, me chega a ser entediante.
- Me deixe ir embora, tenho certeza que quando sair daqui seu tédio vai acabar.
- Mas aí, eu ficaria sozinho... De novo.

Ela já o havia deixado em tempos mais fáceis que esses. E sabia que a criatura que a mantinha ali não possuía medo algum. Tinha apenas um, e ela sabia exatamente do que era feito seu medo.

"Solidão"

- Você tem medo da própria solidão.
- Não me surpreende você saber disso.
- Porque também não vai embora? Ao invés de ficar aqui, sozinho, cuidando de uma terra morta, sem futuro algum...
- Porque outros como você, de tempos em tempos me procuram. E precisam disso, mesmo sem querer precisar.
- Te procuram, não sei para quê... Se esperam melhorar, não deveriam andar por lugares como esse.
- Eu sou o seu duplo sombrio. Somos opostos, e compartilhamos só uma coisa em comum.
- O medo.
- Exato.Você me imaginou. Você me deu vida, moldando-me em sua diferença e semelhança.
- Sei disso.
- Não são todos que me procuram. Na verdade, ninguém me procura, além de você.
- Mas então porque você disse que...
- Existem outros COMO eu dentro de outros COMO você. Todos tem seu duplo sombrio, mas nem todos o aceitam.
- E porque alguém deveria aceitar algo como você?
- Porque isso faz parte do entendimento, e da evolução.

Tudo ficou um pouco mais claro. E se já não estivesse dentro da sua própria cabeça, diria ter imaginado faixas de luz entrando pelas frestas velhas e enferrujadas das janelas.

- Evolução. Aceitar seu duplo sombrio como parte de si, para que?
- Não sentir mais medo. Crescer, sem perder aquilo que tem de mais importante.
- O que é?
- Você já sabe.

"Fé"
Aquela palavra soava forte, a fez ficar tonta por alguns momentos.

- Estou me sentindo mal, acho que vou... vou...

Desmaiou.

Ele sabia. Ela havia se desacostumado com aquele sentimento. Ela havia se acostumado com a escuridão, e por mais que implorasse para sair, ele sabia que ela não aguentaria metade do que a esperava lá fora. Ele não a deixava ir, e não podia interferir no processo. Ela precisava ficar bem, mesmo que para isso ele precisasse abraçar a solidão uma vez mais. Ela precisava aceitá-lo.

Ela precisava acordar.

"Chegou a hora. Para ganhar a vida, basta perdê-la."


With downcast eyes,
there's more to living than being alive.
With downcast eyes,
there's more to living than being alive.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Boa noite, acho que vai precisar.

O lugar era escuro, e ela havia sido jogada lá. Ou quase isso. Não havia sol, nem chuva. Mas era um clima desagradável, e as temperaturas eram altas. Todas as formas, e paisagens daquele lugar tinham uma forma única. Como se tivessem sido sonhadas por algum tipo de maluco paciente em uma ala psiquiátrica de uma clínica qualquer. Era de certa forma, perturbador.
 - Isso não se parece com a Terra dos Corações Partidos...
"- E não é."
Ecoou uma voz vindo de lugar nenhum, ou de todos os lugares. Ela não possuía noção nenhuma de localização dentro daquela escuridão.

- Quem está ai?! E ONDE EU ESTOU?
A voz saiu de dentro das sombras onde se escondia, e mostrou quem era.

- Você. Eu não o via há tempos... Mas se está aqui, tem algo errado.

Era dono de um semblante familiar, talvez modificado pelo tempo, mas ainda assim familiar. Tinha traços mais maduros, possuía algumas cicatrizes no rosto, e provavelmente no resto do corpo também. Agora parecia bem ferido, mas não apresentava perigo. Não como antes.

"- E você ainda tem alguma dúvida?" respondeu. Era dono de uma voz serena, séria, mas ainda sim tranquila.

Se ela não o conhecesse tão bem, diria que seria impossível reconhecê-lo daquele jeito. Estava tão diferente. Assim como ela. 

- Onde eu estou, e porque você me trouxe até aqui?
- Você veio até aqui sozinha, por vontade própria. Digamos que seja uma parte da sua cabeça.
- Então isso é um sonho?
- Eu não acreditaria muito nisso, mas, por hora podemos dizer que sim.
- Porque eu estou aqui, ou melhor, o que eu vim fazer aqui?
-  Já olhou ao redor? Isso aqui não é uma paisagem muito bonita, me corrija se estiver errado. Você está em  um dos meus domínios, e não posso mentir que estou surpreso em vê-la novamente. Me diga você o que veio fazer aqui.
- Mas, eu pensei que as coisas não estivessem tão ruins assim. Eu não pensei que fosse voltar a te encontrar.
- As coisas estão, e você precisou vir até mim pra perceber isso. Mas claro, deve ter se embolado em tantas mentiras que mal consegue acreditar nisso.

A voz dele ficava mais grave a cada palavra, mais um pouco, e seria impossível pensar que estava falando com a mesma pessoa. Ou seja lá o que ele fosse.

- Se são mentiras, você sabe que me fazem bem.
- Você está aqui, a essa altura já deveria saber que perdeu o chão, e você só acredita que fazem.
- Eu quero acordar. - ela disse, quase em prantos.

Estava desesperada, e só pensava em acordar de mais um pesadelo.
Só mais um sonho ruim...

- Você já está acordada. Mas como eu já disse antes, está em um dos meus domínios, e não é você que decide quando vai sair.
- Você está na minha cabeça, e ela é minha. Essa vida é minha e você não é ninguém para poder me prender aqui.

"Eu sou você."

As palavras ecoaram aonde estavam durante um tempo, e quando pararam, um silêncio mortal  invadiu o quarto. O silêncio a invadiu, e a deixou sem reação. Ela não conseguia dizer nada, apenas o encarava, com a cara de alguém que acaba de acordar depois de noites mal dormidas, e sonhos ruins. Muitos deles.

Ele estava certo, e tudo, começava a fazer sentido para ela.

"Iki o shitakute, koko wa kurushikute.
Yami o miageru dake no yoru wa,
Mogaku gen'atsushou no daibaa." 
(Diver, Nico Touches the Walls)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

IN COMA.

A inércia fixa o corpo sem vida preso ao leito já frio e esquecido há tempos. Os olhos não se abriam, e não era possível sentir parte alguma do corpo naquela altura. Os joelhos estavam ralados, os braços doloridos, as mãos já não mexiam mais um sequer dedo. Mas o que mais doía, era sua cabeça. Estava atordoada, já que o sistema motor não respondia as ordens que lhe eram dadas, o sistema nervoso trabalhava o dobro, ou até mesmo o triplo. Estava em pânico. E ninguém podia ver. Ela havia perdido tudo. Não tinha nada. Não fazia parte de nada. Não era nada.

Não mais.

Os anos passavam como passam os carros, um milésimo antes de acertar alguém. Aquilo queimava. E tudo girava em sua cabeça. Os olhos ainda estavam fechados, e o corpo frio e inerte. Eram criados redemoinhos de fogo, eram criadas cenas das quais lutava para deixar. Nasciam alucinações, e ela nada podia fazer. Os olhos permaneciam fechados, e o corpo que por dentro tanto queimava, por fora não possuía sinal algum de reação. O que ninguém sabia, era que estava sonhando. Mas na verdade, sonhando acordada. Aquilo era um sonho desperto. Ela era uma sonhadora desperta, e não fazia ideia do que isso poderia significar.

Alguns malditos fios à prendiam a isso, e ela não sabia até quando poderia suportar.

Por fora, ainda parecia estar dormindo, era dona de uma expressão quase serena, mas por dentro, pode ter certeza, ela enfrentava cada um dos seus nove círculos infernais.

    And still it's not enough - save yourself and demonize us.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

tens a alma vazia, meu coração...

Acordou.
Possuía olhos de quem passava noites em claro. Talvez chorando, ou talvez preocupada demais para fechar os olhos e descansar.
Possuía olhos de quem havia perdido alguma coisa, olhos de quem havia se perdido.
A raiva que sentia naquela manhã era incontestável, talvez um passo em falso e um esbarrão nela poderiam resultar em uma briga tola, e absolutamente sem sentido. Aquilo que sentia não tinha nome, ou talvez tivesse,  um nome que ela não gostava de lembrar.

Algo que ela não gostava de sentir.

Sua cabeça era uma bagunça, sua vida agora era uma bagunça. Não se arrependia das escolhas que havia feito, mas sabia que a falta que iria sentir a partir daquele dia seria pior e maior que qualquer dor, ou arrependimento.

Resolveu se deitar, caiu no sono.
Sonhou.
Sonhou que olhava para o futuro com um sorriso no rosto, e uma vontade de ganhar o mundo. Mas sonhou que ainda tinha medo, e esse medo atava suas mãos e seus pés, em meio a multidão. Em meio de faces familiares, no meio de pessoas que ela amava. Ela não tinha certeza do que àquilo significava, mas sabia que iria descobrir isso em breve.

Acordou.
E ainda possuía os mesmo olhos. Havia se perdido, e aquilo já não era mais como um sonho ruim.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

o mês era outubro, e o dia foi do masp.

Talvez não faça parte do meu repertório cantar algo que não seja saudade, ou garotas, e até mesmo alguns medos idiotas. mas o corpo se faz mais cansado que a mente, e a alma, provavelmente mais exausta que os dois juntos essa noite. As responsabilidades se cansaram de mim, e sem duvidas eu me cansei delas. quase como um relacionamento problemático, estou esperando-as dizer que tem algum tipo de câncer maligno para saírem logo da minha vida. nada pessoal, é só que.. talvez elas não sejam pra mim.
O café esfriou e não possui mais o mesmo efeito, as noites não começam a ser noites tão cedo, e a lua.. eu mal consigo vê-la. o lilás na parede me enjoa, e a cada dia que passa, eu me perco mais dentro desse quarto; e me parece que ele se comprime mais a cada dia que passa. Tá tudo errado. Hoje, por ironia, me lembrei de alguém que já foi assim, e que já esteve perdida exatamente como eu estou hoje. Alguém que tentava carregar o mundo nas costas, e o peso de um nome, ou legado, também... ah se hoje eu tivesse metade da inocência que essa garotinha teve quando resolveu assumir tantas coisas, acho que estaria encarando cada parede desse quarto com um sorriso no rosto. Talvez porque ela ainda possuísse peças importantes daquele quebra cabeças que ficaria pior com o passar dos anos. Ou talvez porque as guardasse como se fossem as coisas mais raras do mundo, e não as deixasse se desfazer como areia ao vento. Talvez ela não estivesse tentando agarrar fumaça com as mãos, e sim, inspirando-a o mais fundo que pudesse, para sentir cada parte.. para se sentir inteira. A garotinha vestiu uma capa, e decidiu ser seu próprio herói. Ela tinha coragem. O nome era Laura, a cor dos olhos era verde. os cabelos ainda eram louros, e cacheados. Ela não sabia o que era, nem onde estava, mas sabia que queria salvar alguém.

O nome é Laura, a cor dos olhos ainda é verde, os cabelos ficaram negros, mas por ironia do tempo estão voltando a ser o que eram antes. Essa, não sabe nem quem é. Nem o que quer fazer ou ser daqui para frente, mas ela ainda sabe quem gostaria de salvar.


I've gotta tell you what a state I'm in... I've gotta tell you in my loudest tones,
that I started looking for a warning sign.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

update, 03:57

Olá.
Já faz algum tempo desde a última vez que me peguei escrevendo algo, algo que não tivesse a ver com trabalhos escolares, ou coisas do tipo. É outubro. O tempo passou tão rápido, e eu mal pude perceber.
Também já faz algum tempo que não visito a "Terra dos Corações Partidos" como diria um bom amigo.. as coisas por lá eu já nem sei mais como são.. Os cenários, os heróis de guerra, a cidade em tons de cinza sem vida são lembranças.. se não até menos que isso, são flash's quase que irrelevantes. Como pude esquecer um lugar que me abrigou por tanto tempo, irônico, e até arrogante demais não é!? é, eu sei... é que, sabe, acho que eu tenho uma boa explicação pra isso.
- Uma garota.
E o que mais poderia ser, não é?
- Na verdade, é 'A garota.'
Acho que a Terra dos Corações Partidos não precisa mais de mim, talvez ela ainda esteja aqui em algum lugar... Até porque, a felicidade se torna banal com a ausência da tristeza. Não me lembrar mais de como é esse lugar tem me feito muito bem, e agradeço com cada parte do meu coração à pequena, por ter conseguido me tirar de lá...
Quem sabe eu volte a visitar esse lugar, mas apenas de passagem. Não tenho a intenção de fazê-lo moradia outra vez. Reencontrar os heróis, ouvir suas histórias e finalmente entendê-las. Ver os novatos, e ver como estão se saindo por lá... É, seria algo interessante para se fazer. -  Mas é melhor não pensar nisso agora, não é, pequena?

O bom filho à casa torna, mas dessa vez, sem hora e dia para voltar.


"I'm coming out of my cage,
and I've been doing just fine."

sábado, 11 de agosto de 2012

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Sentido,
seja posto a prova o tempo todo.
Prepare-se,
o ataque pode vir de qualquer lugar.
Esconda-se,
enquanto não for visto, ficará tudo bem.
Mire,
e não tenha medo de disparar.
Atire,
e tenha certeza que não fez a escolha errada.

domingo, 29 de julho de 2012

domingo;

hoje é domingo, e o dia tava tão bonito lá fora.
hoje é domingo, e eu poderia ter feito um monte de coisas. mas já escureceu, e a minha vontade já passou. até que o dia tava sendo bom, até tocar o telefone.
era um pedido, era inesperado.
há pouco eu já havia feito uma daquelas promessas, de que "não faria isso de novo, nunca mais." e eu acho que essa foi parar junto do monte no canto do quarto, o monte das promessas que eu não canso de quebrar.
o dia tava sendo bom, até tocar o telefone.
o dia tava sendo bom, até a hora de desligar.

o dia tava sendo bom, até eu acordar.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

disarm;

Vão fazer alguns meses desde a tua última visita, e eu não sei se soube me preparar. Aliás, eu acho que não nunca soube me preparar pra você. O pseudônimo "saudade" que eu te dei já ficou batido, mas fazer o que? Tu sabe que eu nunca fui boa com idéias, ou isso de criatividade. ("- Mas até que tu consegue ser bem idiota, as vezes" sim, obrigada por lembrar.)
É engraçado pensar, ou ficar planejando como vai ser o teu dia. Acho que vai ser um dia bonito, apesar do frio e da chuva, vai ser bom. Até porque, sempre que tu aparece, esse tempo fica tentando frustrar os teus planos, não é mesmo? Acho bom já ter se acostumado.
Acredito que o teu maior problema aqui não vai ser o tempo, e quem dirá a falta de planos... teu maior problema vai ser achar o caminho de casa. Sabe, bastante coisa mudou desde a última vez que esteve por aqui, e, vai ser bem difícil se acostumar. As ruas mudaram, os lugares aonde eu costumava te levar, mudaram de lugar. Acho que nós sabíamos que isso ia acontecer uma hora ou outra, e eu pensei que tu ia saber o que fazer. E sinceramente, eu espero que saiba.
A tua casa ainda está aqui, basta encontrar o caminho.


The killer in me is the killer in you, my love,
I send this smile over to you.

terça-feira, 8 de maio de 2012

saudade;

Eu canto saudade o tempo todo,
canto com ela, sobre ela, junto dela, dentro dela..
Sou uma parte saudade, e a outra também devo ser,
eu sou o que um dia fui lá atrás, e assistiu desvanecer.
Eu sou um pouco de sonho, e ainda quero ser.

Eu vim de um tempo não tão distante, onde nem tudo podia se apagar..
Eu vi um dia tudo isso ser sorriso, e hoje não ser mais,
ser só história pra contar.

Sou parte saudade, e o resto também.

sábado, 5 de maio de 2012

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Ela não tem nada a ver comigo, mas me faz rir o tempo todo. Ela fala mal das minha músicas, mas adora o aleatório do meu celular. Ela é toda patricinha, mas gosta do meu jeans surrado e meu all star furado. Ela adora dizer que eu não sou ninguém, mas insiste em dizer que sou só dela.
Ah! Essa menina.. vai entender essa menina, vai entender o porquê.. se é que tem porquê! Vai entender porque eu gosto tanto dela.

Eu nunca tive muito a ver com ela,
o livro que ela ama eu não li.
Eu nunca tive muito a ver com ela,
o filme que ela adora eu não vi. (8)