segunda-feira, 28 de março de 2011

5 passos fora do ritmo;

A primeira parte mais difícil disto, é encarar o que esteve adormecido dentro do seu coração por tanto tempo.
A segunda parte, é ter controle sobre isso.

A terceira parte é divertida, consiste apenas de muita negação, e de você dominar uma realidade só sua.
A quarta parte é acordar, e sair desses sonhos que você construiu, onde apenas os protagonistas da história eram importantes.

A quinta parte é aceitar todas essas fases, e finalmente, sem mais calafrios ou dores, aceitar ver que de alguma forma, eles estavam de volta.
São só passos de alguns fantasmas perdidos, e isso não pode me fazer mal. Certo ?

"Sem ritmo, ou música, o fantasma dançava alegremente em minha mente, como antes, quando era tão feliz. Minha unica lembrança passava a ser essa. Eu não sabia em qual parte estava, e confuso me perdi em todos os meus passos até lá, em questão de segundos. Sem querer enxergar esse irreal, fugi para bem longe onde ele não poderia mais me encontrar.
Mas como poderia fugir de alguém que vive apenas dentro dos meus sonhos ?"


I told myself I wouldn't miss you.
But I remembered,
What it feels like beside you

domingo, 20 de março de 2011

inferno, o desconhecido pessoal.

"Ele disse que era uma fase, era o caminho dela em direção a realização. Ela com a cabeça baixa, e o medo da certeza em seu timbre de voz, respondeu:
- Se o gosto da realização é esse, eu prefiro continuar caçando e construindo meus caminhos sem realização alguma. Porque dói saber, ou exatamente não saber responder o que esta acontecendo dentro de você mesmo. Como se não conhecesse mais a pessoa que vive dentro do seu corpo, e ocupa o lugar da sua alma, alguém que não é você."

Era como se eu estivesse vivendo um inferno particular, um inferno que não fosse feito de torturas, fogo e a eterna redenção das almas. Era como se daquele inferno que todos conhecessem, existisse apenas um demônio, e esse demônio fizesse moradia dentro da minha vida. Tornando cada escolha que fosse imposta a mim, irrenegável. Suja. Como se qualquer feito não me trouxesse paz, e qualquer atitude não me fizesse sentir completa como pessoa. E sim me fizesse completa como criatura, como esse tal demônio fazia.

quarta-feira, 16 de março de 2011

.

A atleta, a filha, a irmã, a amante, a amiga, a sonhadora, a amada, a mulher, a mãe, a vida. Ela já não seria mais, e tudo o que havia restado, eram as cinzas.

quarta-feira, 9 de março de 2011

- tons de cinza.

Tons de cinza eram tudo o que ela já tinha vivido até sua adolescência. Nem preto, ou branco, tudo sempre foi cinza. Tudo se mostrava incerto, e ela trazia em sua aparência uma face indecisa sobre tudo o tempo todo, como se nada sempre fosse sua unica certeza. Houve um dia em que ela se levantou no meio da noite, saiu para andar, olhar as estrelas e como sempre, não tinha rumo para seguir. Ela dizia repetidas vezes o mesmo pensamento para de si mesma:
- As estrelas quando nascem a noite, vem sempre com a certeza de seu brilho. Cada estrela em seu lugar, cada uma com seu brilho, umas mais perto de nós, outras nem tanto. Mas elas aparecem todas as noites, certo ? Sim, sim, isso esta certo. E independente das nuvens que de vez em quando possam cobri-las, elas estão sempre lá, certo ? Sim, isso também está certo. - ela levemente sorria por dentro, ao dizer essas palavras.

Ela havia se cansado de tantas incertezas guardadas dentro de si, não mais com tons de cinza ela queria viver, não mais seria conhecida como aquela que nunca teve certeza alguma, não mais seria como a unica estrela incerta de seu brilho todas as noites.

All that we need is to believe,
Escape to the stars

terça-feira, 8 de março de 2011

Diário.

Hoje é terça-feira, dia 8 de março de 2011.

Acordei atrasada, briguei com todos dentro de casa, sai no meio da chuva. Não aguentei, voltei para casa. Me descobri dependente, e fraca. Descobri que independente das milhares vezes que eu possa cometer o mesmo erro, não vou mudar, e vou continuar errando sempre na mesma parte, e sempre voltarei ao inicio. E o por que ? simplesmente não tem um porque, ou uma explicação extremamente profissional que possa exclarecer isso. Acho que esses erros, sempre da mesma forma, no mesmo momento, e contínuas vezes significam que já não depende mais de mim, ou do que eu sei sobre mim. Vem de dentro, um profundo que eu mesma desconheço.
Cheguei a conclusão que levamos uma vida inteira para nos conhecermos por completo, chegamos no fim, e descobrimos que tudo o que conheciamos não era nada. Comparado ao "tudo" que havia dentro de nós. Fossem as mudanças constantes, experiências que deram certo ou não, a opiniões, os defeitos, as qualidades, os desejos, a maldade, a bondade. Não importa.
Não aprendemos a forma de não errar mais depois que nos machucamos, ou depois que tudo dê errado. Aprendemos a lidar com a situação, porque o mesmo erro é capaz de acontecer diversas vezes na vida de uma mesma pessoa.
E se passado de pessoa para pessoa isso de ensinar a lidar com a situação, impedindo-a de sofrer, não valerá de nada. Com tudo isso cheguei a uma segunda conclusão. Acredito que ninguém é capaz de acreditar em ninguém se não tiver que sofrer, ou seja, não sentir na pele que aquilo que cometeu é errado para si mesmo, e só se tornar uma lenta auto destruição pouco a pouco. A pessoa não irá aprender, ela de qualquer forma vai seguir o "que se dane" e vai errar, errar e errar quantas vezes for necessário, e com o tempo vai acabar aprendendo a lidar sozinha com o próprio erro.

Acredito que esse tal ser humano que só se diferencia dos outros animais pela capacidade de racionalizar e raciocinar, não seja tão diferente assim. Ele tem algo dentro de si que se mostra diferente, algo que nem ele mesmo conhece. Algo que talvez leve mais de uma vida para ser descoberto, ou não.

I've said it so many times,
I would change my ways, no never mind.
God knows I tried