domingo, 17 de março de 2013

14.45

Até crescer, até achar coisas pequenas demais essas coisas de amor, até amadurecer, até acordar numa manhã de domingo e saber, que não existe ninguém que vá ligar na manhã seguinte, e ninguém para levar pra casa, até cair em si, e na realidade. Até acordar desse sonho bom, que se tornou pesadelo. Até o mundo fazer sentido e se desfazer lento desse tempo de não girar, eu vou olhar pra sua foto e me fazer tristeza, e ser choque, e a droga da indecisão. Seremos estranhos em salas de estar diferentes, seremos fim, e o começo. Seremos sonhos.

Sonhos que eu tive,
e (se) foram só,
com você.

A Cura.

Tente explicar uma historia de amor tão forte e doentia, que faça sua vida dar um nó. Tente explicar a mesma história de amor acabar sempre da mesma forma, e sempre se repetir. Explique a falta de sono, e cansaço descomunal que traz no corpo. Tente enxergar a mudança, se é que ela existe, tente encontrá-la, e salve-a. Explique o copo vazio, e a borra de café no fundo, dizendo onde tudo começou a dar errado. Imagine o trágico não ser tão mau assim, imagine a sua historia de amor com a saudade, imagine como é recrutar cada vez mais corações para fazer parte dela. Imagine a destruição, imagine o fim.

Imagine a cura, e me encontre, antes que eu esqueça. Me esqueça. Te esqueça.

terça-feira, 12 de março de 2013

interfone;

o batom que pintava os lábios já não é mais tão vermelho, teus lençóis não são de linho, o cabelo enrolado já não cai mais sobre o ombro... o sorriso que já iluminará o quarto, hoje não acende nem a luz do corredor. as roupas pela casa, você já recolheu, o café há muito esfriou, e o cigarro, você não traga mais. não traga o ar, não traga a fumaça, não traga você. a pele, o toque, o corpo a brasa, se apagou, levou consigo as notas que costumava cantar por essas paredes... os olhos negros já não brilham como antes,  o infinito de cores se partiu, a certeza que tinha contigo, se perdeu. fechou as janelas, e o numero do seu andar, eu já não lembro mais.

acabou, acabou...

se me ouvir chegar, me manda embora, e se eu não for, o interfone, deixa tocar.