quinta-feira, 9 de maio de 2013

Let the seasons begin, it rolls right on.

Santiago, como gostava de ser chamado, se considerava um sonhador.

Quando jovem costumava sonhar acordado. Tinha um dom esplendido, era inocente, e adorava criar, e imaginar coisas. Histórias. Sonhar histórias. Numa de suas aventuras, enquanto dormia, conhecia uma jovem em seus sonhos. Se chamava Maria, gostava do sol, e do campo verde onde sempre costumava correr. Tinha olhos claros, grandes, e curiosos. Era dona de uma boca fina e um rosto delicado, e naquela época, ainda não possuía curvas, Santiago não pensava nessas coisas, ou pelo menos não dava importância à elas. Gostava dela, e de quando conversavam nos sonhos. Ou até mesmo quando se juntavam, e ficavam em silêncio contemplando o sol, e o campo verde.
A medida em que foi crescendo, Santiago continuou sonhando com Maria, ele crescia, e ela também. E ele, adorava isso. Mal podia esperar para encontrá-la. Era sua alegria, sua fantasia. Sua idealização mais fantástica.

Sem dúvidas, teria se casado com aquela mulher se tivesse chance. Se não fosse tão impossível quanto parecia. Se ela não fosse um sonho. E ele o sonhador.

Seu nome, era Bento. Bento Santiago.
e ela, o chamava de Bentinho, sempre o chamou. Adorava ver como suas bochechas coravam quando a ouvia chamando-o assim.
Ela, era Maria.
e ele, a chamava de Capitu. Quando a imaginou, sonhou com esse nome. Ela era Capitu, era mulher, era a sua mulher.

Ela era um sonho.
Devaneio. Deleite. Desejo.
Amor.

Capitu foi o motivo que sempre fez Bentinho correr para seus sonhos. Capitu ainda é.
E ele se rendeu a ela.

Capitu é o sonho, que fez Bentinho não acordar mais.

(Baseado na obra Dom Casmurro, de Machado de Assis)
(Baseado num sonho qualquer)