sexta-feira, 22 de julho de 2011

Aquele nosso sonho, só nosso.

Não vejo maneira melhor de começar esse texto, sem dizer que nunca imaginei sentir tanto a sua falta quanto senti hoje. Já passaram alguns anos, eu já nem lembro mais, os programas que assistia, as bobagens que dizia, a vida que levava. O que me faz lembrar são os óculos fundo de garrafa, o sorriso meio torto, as tardes que acompanhavam os dias mais simples. E hoje eu vejo que sou exatamente como você. Os mesmos olhos, a mesma voz, o jeito de andar e acreditar em todos, isso não mudou.
Sabe, acordar e lembrar que no sonho já sabia ser tudo invenção, era tudo saudade. Era só um sonho, onde fiz questão de mantê-lo em meus braços o tempo todo. Um sonho que eu me deixava afogar, e lá só havia ele para me salvar, dizer que tudo ia ficar bem.

Acordei no chão com o rosto vermelho e os olhos inchados, estava trêmula. E esse era o estrago que esse tipo de sonho deixava em mim, era a consequencia de tê-lo novamente.
E aos poucos me lembrava de cada parte da história, depois de tanto tempo. Cair nos mesmos braços e chorar, pedir para não ir embora, jamais acordar. Não, de você eu não vou esquecer.

Hoje eu tô exatamente onde eu queria estar,
Hoje eu sou exatamente como você, como sempre vou lembrar.
Hoje eu abracei a saudade, fiz de tudo para fazer você voltar.
Hoje eu dormi mais um pouco, e nesse nosso sonho, rezava para não acordar.
Ei, na proxima vez não vai embora não, fica mais um pouco, me deixa te abraçar, e diz que pra sempre dentro de mim vai estar.

" traz de volta o que uma vez foi meu .. "

terça-feira, 19 de julho de 2011

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A pergunta não é mais "quem é você?" e sim "o que é você?". E fica pior ainda quando você não sabe o que responder.

Diário #3

Um dia um tanto agradável, nem calor e nem frio, nem sol ou chuva, estava tudo na mais perfeita paz. Meu coração aos poucos vinha reavendo seu ritmo normal, meus amigos voltavam aos poucos para perto de mim, e consegui ter uma noite de sono completa, diferente das últimas que perdi por estar atordoada demais. Passou, meus pedidos foram atendidos e agora estou calma novamente.
Hoje dei de cara com o passado, pessoas do passado, ideais, sonhos, tudo. E me doeu ver que parte do que eu tentei não consegui, parte das pessoas afastei, e de muitos sonhos desisti. Foi frustrante de verdade, saber que metade da pessoa que me tornei não tem a menor capacidade para realizar os sonhos de uma antiga menina, aquela tal que já acreditou tanto. Aquela que via que a vida não era somente existir e acertar em tudo, e sim acreditar.
Agora sei que se bater de frente com esse passado o tempo todo, não construirei nada de bom no futuro, e sinceramente, esse meu lado de procurar por algo que seja bom e que ajude outras pessoas além de mim continua vivo - imagino que seja parte de mim, meu instinto, ou natureza -.
Querido diário, aos poucos eu vou reavendo meus planos. Sonhando coisas novas, e até mesmo construindo minha base com outras pessoas, vou voltando a respirar aos poucos. Vou lembrando de tudo o que já foi bom, e não pretendo me deixar destruir pela saudade. E o que é meu, eu sei que vai voltar. Aqueles que tanto amei, os dias em que fui mais feliz, os sonhos que realizei, e as promessas que fiz. Vão voltar, voltar a ser, vão novamente existir dentro de mim.
Por ele e por ela, vou cumprir essas promessas e vou sonhar tudo novamente, em momento algum vou desistir, e por nada, nem ninguém vou parar de tentar.

"Cause all this time I've just been to blind to understand, what should matter to me.
My friend, this life we live is not what we have, it's what we believe.
And It's not my time, I'm not going."

domingo, 17 de julho de 2011

"Black!" e eu volto a escrever no velho diário.

Agora são 6 da manhã e eu ainda não consegui dormir. Sei muito bem o motivo, mas prefiro negá-lo por enquanto.
Noite passada encontrei um velho amigo. Bebemos, cantamos e falamos muita bobagem. Foi divertido, e em outras palavras eu diria "libertador". Enquanto estávamos lá algo realmente me atingiu, comecei a chorar feito criança ouvindo Black. Pois é, se Deus entrega a cada um uma sentença diferente, imagino que a minha seja essa música. Há tempos não a ouvia, e mal lembrava do estrago que era capaz de fazer. Há tempos eu me mantive limpa, e livre dessa prisão mental. O muro imaginário que construí para afastar isso era bem alto, e eu não poderia avistar o topo em dias normais.
Hoje eu o vi novamente, e a trilha sonora que sempre me perseguiu estava lá, no topo, no fim.
No momento em que tudo começou a ceder, eu não estava sozinha, e não posso imaginar como seria se estivesse. A barreira na minha cabeça foi rompida, e aquele inferno tão particular voltou. As cenas que passam como filme são sempre as mesmas. São todas aquelas que me fazem atingir o limite do delírio, a agonia.
"Hey inferno ! Eu o aceito dentro de mim, mas agora rezo para que vá embora, por favor. Não volte para os sonhos, e não me presenteie com aqueles antigos pesadelos." O pedido já havia se tornado uma súplica, eu não aguentaria por muito mais tempo.
A menina se foi, mas deixou algo pior em seu lugar. Mas porque eu sinto tanto ? Se mal consigo sentir sua falta.
E agora ? Eu continuo ouvindo Black e continuo chorando feito criança, caindo no chão e abraçando o desespero novamente. E com apenas alguns versos, como uma espécie de Looping faz tudo voltar ao ínicio, com graus de intensidade cada vez piores.

"All the pictures have all been washed in black, tattooed everything.
All the love gone bad turned my world to black,
Tattooed all I see, all that I am, all that I'll be.
I know someday you'll have a beautiful life, I know you'll be a star,
in somebody else's sky, but why, why, why ?
Can't it be, can't it be mine."Lembro-me de ter começado esse texto quando o dia começava a clarear, mas a Lua ainda mantinha-se lá, sendo a dona do céu, regente de uma noite sem fim que havia durado mais tempo que deveria. Prorrogando a chegada da paz, fazendo a noite do pior pesadelo nunca acabar, fazendo as estrelas se tornarem nada, sem luz ou caminho de volta para guiar.
Graças a algo ou alguém, ela se foi. Mas eu sei que vai voltar.

terça-feira, 12 de julho de 2011

palavras jogadas, café sem açúcar. Só falta esquecer.

O que ficou, e passou. Queimou e somente agora esfriou. Existiu, e sem avisar se foi.
A menina que aconteceu, a conversa que não terminou, o coração que jamais foi meu.
O toque, e o olhar que me faltou entregar, a armadura que fui capaz de vestir, a barreira entre nós que fez a menina partir.
Os corpos que não se encaixam, a noite que nunca termina, o dinheiro trocado e sempre amassado no bolso de trás. O café já frio na mesa, o descaso. A falta que termina em saudade, ou começa, mas que logo desaparece, e sempre acaba voltando ao mesmo quarto vazio.
Isso? Isso começou com "nós", terminou em "eu". E agora resta esquecer a parte que eu deveria mencionar "você".

quinta-feira, 7 de julho de 2011

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Fique um pouco mais, ou melhor, fique um pouco sem ir mais embora. - eu disse com a voz rouca. Minhas mãos começavam a se esquentar, os olhos delam passavam a me fitar de cima á baixo, e sem perceber, dela eu voltava a ser.