domingo, 17 de julho de 2011

"Black!" e eu volto a escrever no velho diário.

Agora são 6 da manhã e eu ainda não consegui dormir. Sei muito bem o motivo, mas prefiro negá-lo por enquanto.
Noite passada encontrei um velho amigo. Bebemos, cantamos e falamos muita bobagem. Foi divertido, e em outras palavras eu diria "libertador". Enquanto estávamos lá algo realmente me atingiu, comecei a chorar feito criança ouvindo Black. Pois é, se Deus entrega a cada um uma sentença diferente, imagino que a minha seja essa música. Há tempos não a ouvia, e mal lembrava do estrago que era capaz de fazer. Há tempos eu me mantive limpa, e livre dessa prisão mental. O muro imaginário que construí para afastar isso era bem alto, e eu não poderia avistar o topo em dias normais.
Hoje eu o vi novamente, e a trilha sonora que sempre me perseguiu estava lá, no topo, no fim.
No momento em que tudo começou a ceder, eu não estava sozinha, e não posso imaginar como seria se estivesse. A barreira na minha cabeça foi rompida, e aquele inferno tão particular voltou. As cenas que passam como filme são sempre as mesmas. São todas aquelas que me fazem atingir o limite do delírio, a agonia.
"Hey inferno ! Eu o aceito dentro de mim, mas agora rezo para que vá embora, por favor. Não volte para os sonhos, e não me presenteie com aqueles antigos pesadelos." O pedido já havia se tornado uma súplica, eu não aguentaria por muito mais tempo.
A menina se foi, mas deixou algo pior em seu lugar. Mas porque eu sinto tanto ? Se mal consigo sentir sua falta.
E agora ? Eu continuo ouvindo Black e continuo chorando feito criança, caindo no chão e abraçando o desespero novamente. E com apenas alguns versos, como uma espécie de Looping faz tudo voltar ao ínicio, com graus de intensidade cada vez piores.

"All the pictures have all been washed in black, tattooed everything.
All the love gone bad turned my world to black,
Tattooed all I see, all that I am, all that I'll be.
I know someday you'll have a beautiful life, I know you'll be a star,
in somebody else's sky, but why, why, why ?
Can't it be, can't it be mine."Lembro-me de ter começado esse texto quando o dia começava a clarear, mas a Lua ainda mantinha-se lá, sendo a dona do céu, regente de uma noite sem fim que havia durado mais tempo que deveria. Prorrogando a chegada da paz, fazendo a noite do pior pesadelo nunca acabar, fazendo as estrelas se tornarem nada, sem luz ou caminho de volta para guiar.
Graças a algo ou alguém, ela se foi. Mas eu sei que vai voltar.

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