terça-feira, 12 de março de 2013

interfone;

o batom que pintava os lábios já não é mais tão vermelho, teus lençóis não são de linho, o cabelo enrolado já não cai mais sobre o ombro... o sorriso que já iluminará o quarto, hoje não acende nem a luz do corredor. as roupas pela casa, você já recolheu, o café há muito esfriou, e o cigarro, você não traga mais. não traga o ar, não traga a fumaça, não traga você. a pele, o toque, o corpo a brasa, se apagou, levou consigo as notas que costumava cantar por essas paredes... os olhos negros já não brilham como antes,  o infinito de cores se partiu, a certeza que tinha contigo, se perdeu. fechou as janelas, e o numero do seu andar, eu já não lembro mais.

acabou, acabou...

se me ouvir chegar, me manda embora, e se eu não for, o interfone, deixa tocar.

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