terça-feira, 4 de março de 2014

Já passam das cinco, e vocês tiveram outra briga.

As constelações nos olhos dela não parecem mais tão acesas. Garoto, a culpa não é sua.
Só não era pra ser.
Não era pra ser assim. Não era pra ser com vocês.

O que não era pra ser?

Eu olhava as constelações dentro daqueles olhos, e me via inteiro. Sem faltar nenhuma parte. Com cada parte do coração, eu olhava para ela.
E ela dormia.
E sonhava.

Eu não me importava. Era bom tê-la lá.
Era bom imaginar como seria o nosso mundo no quintal. E na nossa varanda.
No nosso quarto, e na nossa sala de estar. Eu gostaria de estar lá.
Com ela seria bom, seria muito bom só estar lá, ou em qualquer outro lugar.

Não faça promessas, garoto.

As constelações andam marejadas ultimamente, garoto, você deveria aprender a conduzir esse barquinho de vocês. É inocência. E é a única que nunca volta pro cais, ouvi dizer.

Ela virou para o outro lado, não vai querer te olhar nos olhos agora, mas deixa. Deixa se ela não quiser olhar depois também. Aproveita que ela ainda está do seu lado, ainda dorme no apoio dos seus braços. E agradece, agradece com uma prece ou olha pras constelações, garoto. E agradece por ela estar ali,

porque quem sabe,
ela não esteja mais quando clarear.

Here's a thought, it's all that we've got in the world.
If we let it be,
we're only as good as the fall.

"And here's a note,
to say the words I couldn't say."

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