sábado, 24 de agosto de 2013

Um copo, um corpo ou dois.


"Me esqueço em pensamentos, 
e tu cobra um pouco de colchão"

Ela não ama, e não querer-me-ia como seu cônjuge exacerbado, cheio de vaidades e historias para contar. Ela não quer.
Ela não ama só por amar, não ama por ser o primeiro,
e não amaria outro, se assim, esse estivesse em meu lugar.
Ela não ama.
E nem o faria, se assim quisesse.

Ela não se fascina pela luz fraca que invade os lençóis no meio da noite,
a luz vem do abajur que ela não quis comprar.
Ela não olha nos olhos,
Ela vira, e revira o colchão.
Se esconde.

Lento, para em frente a sacada, e imagina quantos milésimos de segundo demoraria para atingir a rua,
quantos segundos levariam, e onde, a levaria.

"Desfaz a casa que casa com o meu botão"

E pensa constantemente no vai-e-vem dos corpos, entre os corpos. Não liga para a marca deixada no móvel, feito círculo, que fez um copo qualquer soar na noite anterior.
Um copo.
Um corpo,
ou dois.

"Sem gelo, quero quente,
e que faça queimar, tudo aquilo, até onde possa,
sentir."

Onde foi, e onde está?
Um corpo, ou dois,
que não são mais.
Sólidos;
Estão só.
E só não são,
mais.

"O meu coração ao teu, teu nome talhado e o meu.
Meu sonho, meu sonho."


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